• 03 MAR 16
    A influência dos pais na conduta dos filhos

    A influência dos pais na conduta dos filhos

    Na noite do dia 26 de julho, Bobbi Kristina Brown, filha da cantora Whitney Houston, morreu. Ela estava em coma desde o dia 31 de janeiro, quando foi encontrada inconsciente na banheira da casa onde morava. A morte trágica de uma jovem de 22 anos ecoou outro evento igualmente terrível: três anos antes, Whitney Houston estava morta em uma banheira de hotel.

    A necropsia de Whitney apontou que ela foi vítima de afogamento acidental. Segundo o relatório oficial, divulgado em março de 2012, o consumo de cocaína na noite de sua morte, somado a problemas cardíacos, contribuiu para o óbito. No caso de Bobbi, o site norte-americano “TMZ” afirma que ela era usuária de drogas desde meados de 2007, ainda aos 14 anos. Além disso, circulam pela internet fotos em que Bobbi está, aparentemente, usando cocaína, o que reforça a repetição da história vivida pela mãe.

    A jovem cresceu no centro das atenções que envolviam os artistas Whitney Houston e Bobby Brown, seu pai, um reconhecido cantor de soul. Brown também era famoso pelo estilo “bad boy” e por seu envolvimento com drogas. Whitney Houston chegou a declarar para a apresentadora Oprah Winfrey, em 2009, que consumia maconha e cocaína com o marido. Eles se separaram em 2007, após 15 anos de um casamento marcado por escândalos de traição, violência doméstica e abuso de drogas e álcool.

    Os fatos apontam que a dependência química dos pais teve um enorme impacto na vida de Bobbi Kristina. Em fevereiro, o site britânico “Daily Mail” publicou uma entrevista exclusiva com o motorista que conduziu, por 20 anos, a limusine da estrela do filme “O Guarda-Costas”. Ele afirma ter visto Whitney e Bobby usando drogas na frente da filha, quando ela tinha apenas cinco anos.

    De acordo com a psiquiatra Jackeline Giusti, do Ambulatório de Álcool e Drogas para Adolescentes do Instituto de Psiquiatria da USP (Universidade de São Paulo), filhos de dependentes químicos têm um risco aumentado para o desenvolvimento da doença, quando comparados com outras crianças. “Geralmente, lares com dependente químico são menos acolhedores. Não há a supervisão de que o adolescente necessita, o que o deixa mais exposto ao risco”, diz.

    Somado a isso, adolescentes tendem a repetir os modelos da família. “Ouvi de um garoto que eu atendia certa vez: ‘Meu pai não trabalha e bebe. Eu não vou à escola e fumo maconha. Por que eu é que estou errado?'”, declara Jackeline.

    “Uma vez que famílias de dependentes químicos são caracterizadas como desorganizadas, na maioria das vezes, os filhos sofrem os efeitos de uma interação familiar negativa e a consequente falta de amparo na solução de seus problemas”, diz a psicóloga Neliana Figlie, pesquisadora do (Inpad) Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Políticas Públicas do Álcool e Outras Drogas.

    Orientação sobre drogas

    Em situações em que a criança ou adolescente é vulnerável devido a dependência química dos seus pais, é importante que o restante da família e a própria comunidade preze pela segurança e integridade dos mesmos. Por isso, se na sua família há casos de dependência química e há adolescentes próximos, procure conversar e acolhê-lo sempre que possível. A orientação sobre drogas é uma ferramenta importante para a prevenção e todos podem contribuir, inclusive você.

    Fonte: UOL